Estádio do Dragão (O Mais Belo da Europa)
2012.02.26
FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 2 - Feirense, 0
A possibilidade de o Futebol Clube do Porto recuperar na noite de ontem os três pontos que o separavam do primeiro lugar da classificação geral anulando, em apenas duas jornadas, os cinco de desvantagem que muitos já tinham como impossível de superar, fez pensar à falange de adeptos portistas de que a sua equipa iria mostrar contra o Feirense, de forma concludente e definitiva, a gana e o futebol suficientes para chegar ao título.
Não estive no Dragão e vejo os jogos pela TV com total ausência de som. Como não sou diferente de qualquer comum adepto, o modo como fui reagindo ao que se ia passando no relvado não seria muito distinto dos que assistiam ao vivo no estádio e, ainda não tinha o tempo de jogo atingido os trinta minutos e a confiança de que se confirmassem os meus desejos tinha ido para "os quintos dos infernos" bem acompanhadas com girândolas de impropérios só permitidos a adultos empedernidos. (Sosseguem, estava sozinho). Com efeito, o que me entrava pelos olhos era tudo menos aquilo de que estava à espera. Mau, mau demais para ser tolerado.
Não tenho a veleidade de que alguém com autoridade na matéria venha a ler estas linhas e me lembrar o desgaste do jogo de Manchester, que a maioria dos jogadores está para partir para os jogos das selecções dos seus países, que na próxima sexta-feira será jogada a chave da Liga 2012/2013 e há necessidade de gerir o esforço, que o Feirense tinha à baliza um jogador que nunca tinha sofrido um golo no Dragão (já agora, quantas vezes lá jogou?) e é uma boa equipa, argumentos que até podem ser aceitáveis mas não bastantes para perdoar aqueles intragáveis 47', da etapa inicial.
Em nenhuma das melhores equipas das Ligas europeias que conheço, Yanko teria oportunidade de vestir a camisola ou pisar o relvado. Nenhuma. Nem o Atlético de Madrid. O Futebol Clube do Porto ombreia com qualquer dos melhores plantéis da UE pelo que, actuando com um jogador com as características técnicas do austríaco fica descredibilizado e os colegas da categoria de Hulk, James, Lucho, Moutinho, Varela, para citar apenas alguns, vêem o seu esforço defraudado pela inépcia e vulgaridade do ex-Twente. Ouvi José Fernando Rio, um comentador que ouço e muito aprecio, no Porto Canal, a repetir argumentos gastos e triviais sobre a mobilidade do austríaco na área, na erosão que provoca nas defesas, a vantagem da sua altura para os lances aéreos. Não bastam, para as aspirações e responsabilidades duma equipa como a nossa que, em jogo onde lhe são oferecidas tantas e tão boas oportunidades de marcar como ontem, nem uma chegou ao fundo da baliza. Quem espera que, em jogos decisivos de uma única chance de chegar ao golo, ela a aproveite? Lembram-se de Renteria, há anos atrás, no último lance do jogo com o resultado em 1-1, no Estádio do Clube da Dona Victória, falhar o golo sem estar ninguém para defender a baliza?