terça-feira, maio 24, 2022

TRIPAS À MODA DO PORTO, O ELIXIR DOS CAMPEÕES

                 


             Dobradinhas estão na gaveta, arrumadinhas e preservadas com bolinhas de naftalina, as camisolas das equipas que não apreciam tripas à moda do Porto. Queixam-se que provocam azia. Nós, portistas de sangue, fiéis guardiões da nossa História e zelosos defensores dos nossos bons costumes, tratamos os bois pelos nomes comendo tripas à moda do Porto e oferecemos com o maior gosto e simpatia dobradinha a quem andou, sofregamente, à procura dela sem encontrar o Jamor, tendo que sujeitar-se a chupar caracóis no tasco do zé dos anzóis lá para as bandas de Sete Rios, ao som dos guinchos dos macacos assustados com a choradeira da multidão de leões e águias que para lá foram carpir as suas mágoas. 


 

                Bem se esforçou o Dragão para mostrar a qualidade do famoso pitéu levando ao Sintrense graciosamente cinco doses (0-5), ao convidado Feirense no restaurante de luxo dragoniano mais cinco (5-.1), ao visitante slBenfica do nosso contentamento no Dragão que os encanta e assusta, três irrecusáveis travessas (3-0) sem gorjeta ao vizinho do pé da porta Vizela (1-3) que mereceu a maior cautela pela exigência demonstrada, seguindo-se uma visita de (pouca) cortesia a Alvalade levando duas doses para prova médica do chef visitado (1-2) guardando outra para o Dragão (1-0) pela cortesia que nem de borla agradeceram, até chegar ao Jamor, em Oeiras, ao encontro do desafortunado Tondela (3-1), o qual ainda vivia o pesadelo da descida e esperava que se realizasse outro sonho sonhado de papar à pala do Dragão as deliciosas tripas da nação portista ex-libris da Mui Nobre Leal e Invicta Cidade do Dragão e de Sua Alteza Real D. Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa.

 


              Sérgio Conceição é hoje em dia o treinador de futebol mais irritante e incómodo para os média capturados sediados na capital centralista do país, que veem nele o implacável destruidor dos mitos que afanosamente constroem e alimentam para sustentar a crença de que melhor do que Jesus outro jamais descerá à Terra. Sim, talvez mais depressa apareça a anónima falência aos endinheirados de fundos públicos, porquanto já os salgados não fazem sede e esgotaram a paciência com os calotes irrecuparáveis e os sacos azuis estão com as luzes vermelhas acesas. Entretanto, livrem-se das palavras cruzadas e atentem no que faz um mister português de Coimbra, sem universidade a não ser a da vida dura, Sérgio Conceição, para fazer das tripas à moda do Porto o prato mais apetecido do cardápio futebolístico nacional, com:

             - Três vitórias na Liga em cinco épocas 

             - Duas supertaças Cândido de Oliveira

             -  Contribuir para os trinta campeonatos até agora somados pelo FC do Porto

             - Duas Taças de Portugal (segunda pratada de tripas à moda do Porto na carreira)

             - Campeonato com o maior número de pontos, recorde nacional: 91 pontos

             - Ataque com mais golos: 86

             - Defesa com menos golos sofridos: 22

             - Equipa com mais vitórias: 28

             - Equipa com menos derrotas: 1

             - Maior período sem derrotas 

             -Jogadores lançados na ribalta como Diogo Costa, João Mário, Vitinha, Fábio Vieira, Francisco Conceição, Francisco Meixedo (g.r.) e Luís Diaz, só para nomear alguns dos promovidos na época agora finda.

         


              Sérgio Conceição tem ainda dois anos para desempenhar o cargo de treinador principal do melhor Clube português. Tempo bastante para enriquecer o seu currículo e consolidar a bagagem para aspirar a mais altos voos em qualquer dos maiores clubes do mundo, tal como o seu Clube de coração.

              Tão bem que me saberia agora uma bem nutrida e composta tripalhada à moda do Porto! Depois das férias? Bem, venha lá então essa tal de francesinha, para a sossega.



       



     



            

Remígio Costa